ONLINE
1







01- As Minas Gerais
01- As Minas Gerais

São João del Rey

 

Cheguei de Belo Horizonte há algumas horas. Caminhei oir estas ruas sem destino e sem pressa. Queria sentir este ambiente tão diferente e tão pouco conhecido por mim . Cejo este casario todo a minha volta como se tivesse saído dos livros de história. As pessoas parecem personagens e os locais se parecem com cenários.

A igreja Matriz e as pontes de pedra neste sol quente e envolvente mos desacerelam os passos.  Sentei-me na beira da calçada como muitas outras pessoas e senti que era o momento de te escreber. Sei que quando parti estavas um pouco decepcionada por ter feito esta viajem, mas não estava me afastando de ti. Não poderia te deixar, pois estássempre em todas as coisas que me orioinho a fazer.

 

São João del Rey, 9 de Junho de 1981

 

 

Xomo vai Princesa?  Espero que estas borboletas lje tragam sorte. São João é como se espera. Amtigo, não velho e muito, muito pobre. Há coisas bem folclóricas por aqui, como por esemplo o Jornal do Poste, que é um jornal mural datilografadp e pregado num poste. As carroças de burropelas ruas e poucos carros. Que mais? As ruas são de paralelepípedos e algumas de pedra em terra batida. Estpu sentado em frente a Matriz na calçada, por issp a letra sai tão ruim.

Precisava  dizer umas tantas coisas para você, mas  acho que prefiro dize-las pessoalmente. Como têm sido os seus dias aí? Bem, mande um abraçp ao Ricardo e diga que espero encontrá-lo firme quando chegar. From São João del Rey whith love, tours.

 

Rafael

 

 

Ouro Preto.

 

A praça Tiradentes é o centro de Ouri Oreto. Um conjunto arquitetônico inigualável que enche a vista e nos faz prender a respiralão. Estamos no século XIX.  As ruas e as casas nos traxem a presença invisível dos comerciantes, mercadores, soldados e escravos cruzando as ruazinhas onde se arrastam carroças e carros de boi.

O restaurante Tiradentes fica no meio de um dos lados da oraça. Um dos lados do quadrilatero que a formam. Em lados opostos duas construções importantes, A casa onde se procedu  o julgamento e a execução dos inconfidentes e do outro a Faculdade de Geologia

Entrei  no sobrado onde estava o restaurante. O balcão era acanhado e estava apinhado de gente. Homens com roupas surradas, operários e trabalhadores de rostos suados e barba por fazer  com chapéus de palha e sandálias. As mesas são távuas colocadas sobre barris e cobertas por toalhas  brancas. O prato é um só. Come-se feijão batodo com carne seca e toucinho.

Vi um begro velho vestido com roupas esfarrapadas dizendo ao bodeguero que queria comer na bamdeja histórica, mas ninguém pareceu se importar com isso.

 

Marília de Dirceu

Seguindo-se por uma ruazinha que sai da praça, chega-se a casa de Marília. A casa estava fechada mas o portãozinho dava passagem para um jardim e um caramanchão envolvido por roseiras de rosas de tom vermelho vivo colocadas em arcos de madeira. As colunas tinham primaveras dos mais diversos tons. Sob o caramanchão um banco pequeno de pedra desfrutava o perfume das flores e a vista do jaydim.

 

Se o local fora o palco e testemunha da leitura de versos carregados de amor que Tomaz declamara a sua eterna e inesquecível Marília[1] só poderiam estar impregnados dos eflúvios da saudade de um amor que resistira ao tempo e a história.

Senrwi no banco de pedra e tirei da minha bolsa tua carta. Gosto de aproveitar estes momentos que considero tão especiais para reler tuas palavras. Assim eu te sinto aqui como se tu as ditasses para mem.

 

Princesa

 

Estou sentado no terraço da Faculdade de Geologia e olho a incontável  quantidade de telhados que recobrem as casas. Visto daqui de cima parecem de brinquedo. É tudo muito lindo com o sol se infiltrando pelas frestas formando ramalhetes de raios.  Gostaria que você estivesse aqui comigo e pudéssemos juntar nossa saudade e nosso desejo de nos ver novamente.

Imaginei se Tomaz Gonzaga não subia nestes telhados e pensava em Marília a escrever seus  versos apaixonados. Talvez fosse na praça do chafariz  onde matasse a sede ou na soleira da hospedaria.

Ontem eu caminhava em Sabará e pisei o chão de cascalhos na casa de Borba Gato.  Entretanto só senti teus pensamentos quando descia pelos túneis de Morro velho e vi os garimpeiros com o conhecimento dos negros velhos rodando a bateia na beira do riacho até que as minúsculas pepitas decantassem na bandeja.

Estando aqui é possível até imaginar o que eles sentiam caminhando por estas ruas e sonhando com sua tão almejada liberdade carregando a bandeira de um povo sofrido, de um povo escravo, de um povo a escavar e a amealhar riquezas que se escoavam entre seus dedos sem vestígios. Quantas idéias, esperanças, sonhos imaginados e perseguidos. Somos todos inconfidentes dos amores.           

 

Com amor,

Rafael

 


Faculdade de Geologia de Ouro Preto

 

O prédop estava vazio. Tão vazio que podia ouvir meus próprios passos ecoando no piso de pedra. Fui adentrando pelos corredores sem me deparar com ningiém e subi por uma gande escada de madeira até um mezanino. Era uma espécie de laboratório ou museu onde se viam caixas mostruárias de varios modelos de madeira facetados como cristais, provavelmente para mostrar o tipo de formação deles. Vários instrumentos de escavação estavam encostados junto a parede. Todo o lugat parecia ter sido um sótão em outris tempos e uma grabde janela dava para a praça em frente e podia-se ver abaixo o telhado de telhas francesas projetado sobre a área externa ao mezanino de onde eu subira.

Avistava-se na linha do horizonte as serras com as casas da arquitetura caracteróstica encravadas nas encontas e as altas torres das igrejas e em algumas delas os sinos grilhando ao sol;

 

Tiradentes

 

Chegyei pela manhã a Toradentes. Eram 6 h da manhã. O alvirecer ainda fyardava a névia frua que prenubcia as manhãs em junho. Enveredei pelas ruas estreitas e antigas de calçamento de pedras,, passando pelas casinhas de janelas coloniais e grandes telhados de telhas francesas. Andava sem destino sentindo todo o ambiente daquela cidade onde se respira a própria história.

A pequena igreja surgiu do meio da bruma . Uma frente simples e branca com apenas um vampanário. Uma grade de metal enferrujado sem trancas dava acesso a entrada de chão de pedra onde crescia o mato.

Na parte posterior da mesma surgiu a minha frente um pequeno cenitério com um aspecto de abandôno. Sobre as campas em pequenos arbustos estendiam-se frandes teias de aranha e de seus fios pendiam gotas de orvalho refletindo a luz do sol que começaba a brilhar. Pareciam pingentes de nuitos brilhantes como enfeites solitarios na tristeza do lugar.

Rirei da sacila que carregava a máquina fotográfiva e fiz várias fotos daquele momento único e inusutado, Queria registrar aqueles momentos passados ali na pequena Tiradentes que o dia me havia apresentado.

 

 

 

Barão de Cocais

 

Encontrei finalmente o pároco daquela igreja. Cumprimentr0o e ele me recebeu muito bem. Convidou-me a romar uma agua com ele e conversamos sobre a cidade na pequena sacristia nos fundos da igreja.  Oerguntei sobre a reguão e a população e indaguei quantas pessoas viviam oor ali. Elr respondeu com a presteza de homem simples que eram poucas pessoas e dispunha dos registros de todas elas. Moustrou-me os arquicos do censo que guardara na igreha e contou todas as fichas para mim. Era uma paroquia de 385 pessoas e principalmente lavradores que ele conhecia um a um.

Depois indicou-me numa posição próxima a serra ao longe onde eu poderia encontrar as tão procuradas pinturas rupestres feutas por homens pré=históricos e que estaban ggravadas nas rochas espaljadas pelo campo. O local era conhecido como Barão de Cocaism nome herdado de uma fazenda que existira na refião no século XVIII cujos descendebtes de escrabos haviam formado a pequena comunidade que agora substia da terra.

 



[1] Maria Dorotéia Joaquina de Seixas foi noiva e a musa inspiradora do poeta inconfidente Tomás Antônio Gonzaga (Dirceu), com o qual trocou correspondência durante o período de sua prisão. Conforme Inventários dos próprios bens e testamento redigido por ela própria, em 1840, pertencia às elites de Vila Rica. Possuía duas casas: um sobrado à rua Direita e uma residência de um só pavimento, com quintal todo murado em pedra, próxima ao chafariz de Antônio Dias. Não se casou, falecendo em 1853

Fonte: internet